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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Acreditar... Ainda dá tempo(?)*

Sou esperançosa, sempre acreditei e não penso em tão cedo deixar de acreditar na pessoa humana, acredito no poder de resiliência que a capacidade humana tanto faz uso. Acredito nessa capacidade quase divina de refazer, de recriar, de se levantar de novo, de se recobrar, mas penso também que esse atributo não deve ser algo individual, quem dera fosse um traço de toda uma sociedade, um grupo, uma categoria.
Ora, se voltarmos no tempo, e visitarmos a história, veremos o movimento operário nascendo e se desenvolvendo com o capitalismo industrial sob as condições mais degradantes que se pode imaginar: jornada de trabalho excessiva, locais úmidos e mal iluminados, péssima alimentação, doenças de todo tipo, salários insignificantes, mas nada disso sensibilizava ou preocupava o patrão, pois a oferta de mão-de-obra era farta, fartíssima.

Cabe aqui, minha maior preocupação, pois como trabalhadora da educação, tenho o compromisso do exemplo a dar a essa geração que ainda não viveu o que tem pra viver, e que muitas vezes se espelha em seus mestres para trilhar caminhos profissionais entre outros...
Mas, como ser exemplo sem ter entusiasmo, motivação e não se deixar levar pela tristeza, pela preocupação da falta de recursos financeiros e consequentemente pelo cansaço de muito lutar e nada ganhar, tal como aqueles operários, ainda trabalhamos em lugares sujos, mal iluminados, sem cor, ainda somos mal alimentados e continuamos correndo de um lado para o outro a fim de cumprir a extenuante jornada em diversas fábricas-escolas.
O que precisamos fazer para sensibilizar o patrão? Tanto tempo já se passou, já fizemos e refizemos a história e o que realmente mudou é que agora a mão-de-obra já não é mais tão farta para profissões do tipo professor.
Quando indagados, nossos alunos dizem querer ser tudo. Querem vender, comprar, construir, curar, cantar, desfilar, querem advogar, prender, jogar, mas em nenhum tempo alguém quer ser professor, dizem com voz de pena e olhar de tristeza que não é exatamente das atividades mais atrativas.
Será que o exemplo não tem mais importância e essa geração desistiu de acreditar no poder transformador da educação? Antes acreditam mais na tarefa de conformar os indivíduos na situação em que vivem bem ao pensamento durkheimiano, onde o controle exercido por grupos de poder é mais desejável ou menos trabalhoso.
Mas se não tiver quem ensine como outras gerações irão aprender? Ou também não é mais importante aprender? Percebo uma geração de jovens que olha, mas não enxerga muito além, ouve mas não compreende as falas devido ao seu baixo repertório intelectual, uma geração que é chamada, mas não consegue participar do coletivo pois tem aprendido a ser individualista. Existem culpados? Onde estão?
Estamos todos confusos, professores e alunos. E o patrão?
As reformas acontecem, mas o que estão realmente reformando? E as políticas públicas que mudam ao sabor dos prefeitos, governadores e seus secretários, a quem atendem de verdade?
Olho esses meninos e meninas e vejo que precisamos ser resilientes, precisamos recobrar as forças, buscar entusiasmo, motivação, dar a volta por cima, fazer valer a vida, motivá-lo a sair da fábrica, a mudar o patrão. Precisamos fazê-los acreditar que se tiver alguém que ensine é mais fácil mudar o mundo. Então me lembro de algo que li ou ouvi: “Só há um jeito do mal triunfar, quando os bons não fazem nada”. Portanto, precisamos agir, e acreditar que ainda é tempo. Apesar do cansaço.

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* Texto elaborado por Neli Moraes da Costa Mesquita.
Especialista em Estudos Culturais da Amazônia.
Professora de Sociologia do MHVT.
Aluna do Curso de Gestão Pública na EGPA.

Um comentário:

Heraldo Meirelles disse...

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